No
final do século XVI a realeza tem o propósito de diminuir o crescimento da
capital, tanto nos planos demográficos quanto nos territoriais. Em 1580 a
rainha Elizabeth proíbe o alojamento de mais de uma família em cada casa e
todas as novas construções, exceto construções antigas. Mas essas proibições
não eram suficientes para impedir o desenvolvimento de Londres, principalmente
no ano de 1625. Em 1631, o rei autoriza a criação de um bairro novo ao redor de
uma praça programada, cujo um dos lados é ocupado por uma igreja, obra de Inigo
Jones.
Em
1666 há um grande incêndio na cidade onde Wren propõe uma remodelação da
estrutura da cidade. Mas na verdade é retomado o antigo traçado urbano das ruas
alargando-o e reservando uma faixa de terreno livre para a construção de um
cais ao longo do rio. As residências devem ser construídas de pedra e tijolo,
já que antes do incêndio eram feitas de madeira. Nessa época impôs-se aos
construtores os padrões definidos de construções, correspondendo cada um à
largura das ruas: três andares acima do térreo, nas grandes vias; dois andares
nas ruas médias e um andar nas ruas estreitas.
A
aglomeração urbana no início do século XVII é composta de dois elementos bem
distintos, à margem do Tâmisa, a três quilômetros de distância: a City de
Londres e o burgo de Westminster, ao redor da abadia, do palácio do Parlamento
e da residência real de Whitehall.
Na
segunda metade do século XVII e no século XVIII, o desenvolvimento prossegue
principalmente na direção oeste, onde várias artérias são criadas. E nas malhas
dessa rede, a expansão efetua-se por muitos loteamentos. Esses possuem forma de
quarteirões, praças quadradas com o seu redor composto por edifícios, abertos à
circulação, cujo centro é ocupado por um jardim reservado aos moradores.
Há
uma mesma unidade de fachada dos bairros novos da cidade de águas de Bath, no
século XVIII, que era o local de encontro da alta sociedade. Alguns arquitetos
realizaram em Bath a criação do conjunto urbano com a natureza.
No
século XVIII, Londres possuía aproximadamente 850 mil habitantes por causa da
revolução industrial e do papel comercial da City (área comercial) e do porto.
A busca pela organização urbanística proporcionou um planejamento social para a
cidade, exemplo disso, eram os cortiços que apresentavam condições de vida
precárias com um grande número de pessoas que ali viviam. Gangues tomavam uma
proporção gigantesca pela cidade, saqueando estabelecimentos e ferindo
habitantes. Tal fato ocorreu desde as transformações urbanas causadas pela
revolução industrial que trouxeram consigo problemas urbanísticos.
Em
1885, um terço da população de Londres foi constatado como vândala. Isso
ocorreu porque os direitos e deveres dos cidadãos eram esquecidos e também
porque havia falta de habitação para os indivíduos. Mas a LCC (Conselho do
Condado de Londres) já estava tomando providências e proporcionando resultados
positivos, se comparado com outras cidades europeias vivendo problemas
semelhantes no mesmo momento, no caso Berlin e Paris.
Em
1900, a LCC pressionou o parlamento e obteve a autorização para que fossem
construídos grandes conjuntos habitacionais. As linhas de trem são cada vez
mais existentes e importantes para o fluxo da cidade e os metrôs também são
planejados e executados. Em 1909, cria-se a primeira lei urbanística que busca
a possessão de patrimônio privado para o público e reintegração arquitetônica
para o bem comum.
Ao
fim da Segunda Guerra Mundial cerca de 35% da cidade havia sido destruída pelos
ataques aéreos alemães. Com isso, não havia mão de obra e nem materiais de
construção, pois muitas pessoas fugiram para outras localidades temendo a
guerra.
Foi
através do plano MARSHAL (1948 -1952), um acordo entre os Estados Unidos e o
continente europeu que tinha como objetivo ajudar financeiramente todos os
países europeus que abrissem o comércio para a entrada das multinacionais
americanas, não havendo restrições entre elas. Assim, Londres iniciou uma
possível reconstrução.
Em
1945, é priorizado um plano de emprego, saúde, educação e bem-estar social
coletivo. O Estado nessa determinada época possuía a decisão máxima para a
reconstrução da cidade, o que não poderia ter ocorrido sem a tomada de poder
público pelo povo londrino.
O
principal objetivo no planejamento da cidade era organizar o deslocamento das
pessoas que viviam nas áreas centrais (partes congestionadas) para outras
áreas. Com essa nova localização das indústrias e dos trabalhadores, seria
possível a remoção das construções de baixa qualidade, incluindo os cortiços,
implantando assim novas atividades coletivas e aumento a área verde da cidade.
As
novas cidades, 14 britânicas e oito em volta de Londres, abrigariam
quatrocentas mil pessoas e seriam construídas possuindo um “cinturão verde” em
suas limitações, de modo que controlariam uma possível desorganização urbana.
Londres
foi uma das cidades contempladas com um plano que seria um conjunto de leis que
possibilitariam a aquisição do terreno rural para a transformação em terreno
urbano, iniciando no ano de 1909 e sofrendo alterações em 1964. Devido a isso,
inicia então a reconstrução mais significativa da sua história. A mão de obra
necessária era proveniente do sub- continente indiano e das Índias Ocidentais.
Logo
após, arranha-céus foram adicionados à paisagem urbana, exemplo disso, a torre
dos correios de 30 andares, terminada em 1966. A torre Canary wharf (1989-1991)
em Docklands, a ponte Mileninum desenhada por Arup, Foster e Caro (1996-2000),
o City Hall e a torre Swiss Re (2003), por Foster.
Milhares
de londrinos teriam que achar uma nova moradia, devido à reconstrução e
reurbanização de Londres. Cerca de 125.000 indivíduos mudariam para além do
“cinturão verde”, 644.000 iriam para o anel periférico rural, 383.000 para as
novas cidades, entre outros. Haveria cerca de oito novas cidades, com população
máxima de 60.000 pessoas, com aproximadamente 20 e 35 milhas de distância do
centro de Londres.
Canary
Wharf vista da Cabot Square (1989-1991).
City
Hall, por Norman Foster e inaugurado em Julho de 2002.
Swiss
Re, por Foster (2003).
Conhecida
popularmente como "The Gherkin" (o pepino)
O
Plano da Grande Londres de 2004 foi desenvolvido pela Greater London Authority,
prevendo uma estratégia de desenvolvimento espacial nas seguintes áreas:
Morar em Londres
Trabalhar em Londres
Transporte em Londres
Lazer em Londres
Mudança Climática
Desenho Urbano de Londres
Rede hídrica
Os
principais aspectos tratados se relacionam à diminuição dos impactos gerados
através da adoção de uma cidade compacta, servida por um excelente sistema de
transporte público, re-aproveitando o estoque construído vago (retrofit) e os
terrenos vazios e contaminados (brown fields).
Do ponto de vista do emprego, ênfase é dada
não mais apenas ao setor financeiro, mas à economia criativa, ao turismo, ao
setor de TI (tecnologia da informação) e à logística.
Do
ponto de vista da habitação, cada borrough deverá fixar as suas metas,
considerando as quantidades adequadas de HIS e HMP, que deverão ser
viabilizadas por grande empreendimentos de uso misto ou residenciais.
Do
ponto de vista ambiental, as preocupações se voltam para a emissão de poluição
advinda da queima de combustíveis fósseis, as necessidades da drenagem urbana,
a destinação final dos resíduos sólidos e líquidos, a arquitetura bioclimática,
etc.
Com
relação à mobilidade/acessibilidade, ênfase é dada ao aumento da oferta de
transporte público (numa metrópole que já tem 400 km de metrô) e das restrições
ao transporte individual, incentivo ao pedestrianismo e outras formas
alternativas de transporte (bonde, barco, bicicleta).